Oi, meninas!
Hoje quem dá as dicas é a Luciane Moreira Cruz!
Esposa, mãe, profissional de administração e finanças, também autora do blog “Gravidez Invisível“, que fala sobre a maternidade por meio da adoção. Atualmente, Lu também tem se dedicado ao seu primeiro livro, que leva o nome do blog. Tanto no blog quanto no livro, ela tem como objetivo tornar conhecida a gravidez e o parto do coração, trazer uma maior compreensão e empatia dos familiares e amigos de uma grávida do coração, responsáveis por um suporte especial nesse processo tão difícil e longo.
A Luciane levanta questões importantíssimas sobre adoção, especialmente de que a gestação do coração (ela tem certeza de quem seu filho foi gerado em seu coração) pode ser invisível aos olhos humanos, mas é muito real para quem a vive e, embora não precise dos cuidados físicos de uma gravidez biológica, requer muitos cuidados psicológicos.
A primeira gestação da Luciane durou nove anos. Nesse processo difícil e longo, o acompanhamento psicológico foi fundamental para que ela trabalhasse seus anseios, dúvidas, desejos, inseguranças e dores, principalmente porque sua gravidez era invisível para os demais.
Ainda há um preconceito de que a adoção é uma maternidade de segunda categoria. No caso de Luciane foi uma escolha e não a última opção. Ela cita até a definição de adoção dada por Suzana Schettini, presidente do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção no Recife, “A adoção é apenas uma outra forma de se chegar à família. Na verdade, todas as crianças precisam ser adotadas para se tornarem filhos, porque a filiação somente acontece através dos vínculos afetivos, ou seja, pela adoção. Assim sendo, todos os filhos precisam ser adotivos, mesmo os biológicos, ou não serão filhos de fato. Os pais que não adotam as suas crianças afetivamente, são apenas genitores”.
É um prazer trazer pra vocês, além das dicas dessa super mãe, a história linda dessa família! Vale muito a leitura!
Bjssss
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Minha mãe biológica faleceu quando eu tinha 3 anos de idade. Continuei morando com meu pai e a nova esposa dele, porém quando eu tinha 9 anos eles se separaram e eu fui morar com os meus tios e padrinhos. Minha tia era irmã mais velha da minha mãe. Por eles eu fui adotada e recebida com muito carinho como filha. Não teve um processo de adoção em si mas eles tinham a minha guarda de fato. Desde adolescente sempre tive este sonho de adotar.
Em 2000, conheci meu marido Filipe . Logo que começamos a namorar ele e a minha sogra me contaram que ele tinha uma doença chamada azoospermia (ausência de espermatozóides no sêmen). Eles descobriram quando ele tinha uns 16 anos após urinar sangue e fazer exames para identificar o motivo. Não foi detectada a causa, somente foi dado este diagnóstico. Desde o momento que me contaram, sinceramente nunca foi um problema, pois eu já tinha o desejo da adoção plantado no meu coração.
Nos casamos em 2004 quando ainda morávamos em Londres. Logo após o casamento começamos a pensar em filhos e já sabíamos a nossa decisão. Algumas pessoas da nossa família sugeriram que fizéssemos a inseminação artificial, porém já estávamos convictos da nossa escolha, e então em 2006 decidimos voltar ao Brasil para iniciar o processo de adoção aqui.
Meu marido ficou com receio de entrar com o processo quando chegamos no país e logo ser chamado, pensava que precisávamos primeiro ter uma estabilidade profissional, moradia definitiva, para então dar entrada no processo. Se naquela época soubéssemos da demora dos processos de adoção no país certamente teríamos dado entrada logo que chegamos em 2006. Entramos com o processo somente em janeiro de 2011. Foram quase nove meses de entrega de documentos obrigatórios no Fóro, entrevistas com assistente social, etc. Então, em setembro de 2011 saiu o deferimento da nossa habilitação para adoção e a entrada na famosa fila de espera. Naquele momento definitivamente estavámos “grávidos”, foi como receber um teste de gravidez positivo. O mais curioso é que logo que casamos em 2004 eu já me sentia grávida, porém só anos mais tarde eu entendi o real motivo. Coração de mãe não se engana….
Foi quando em 2013 fomos abençoados com o nosso primeiro filho. Uma pessoa próxima a nós teve uma gravidez indesejada, sabia da nossa história e decidiu que nós seríamos os pais da criança. Consultamos um advogado e ele nos explicou que a adoção consensual é legítima pois neste caso a genitora havia decidido que a criança seria entregue à nós. Ela compareceu perante o juiz e confirmou a sua decisão. Por isso que eu digo que estava grávida há 9 anos do nosso primeiro filho e continuo grávida desde 2011 do nosso segundo filho, ou filha, pois não sabemos o sexo. Parece confuso, mas eu sei que as mamães do coração me entendem muito bem.
Enfim, esse é apenas um breve resumo da nossa história, por isso digo que a adoção foi uma escolha consciente, nós tomamos esta decisão muito antes dela ter se concretizado, e hoje somos muito felizes e realizados como pais, sabemos que não poderíamos ter tomado uma decisão melhor. Somos gratos a Deus pelo privilégio de sermos pais através da adoção, de servirmos de exemplo para outras famílias, mostrando que a adoção não é uma maternidade/paternidade de segunda categoria. Não é inferior, apenas gerada de uma forma diferente, no coração. E afinal, não é no coração que são encontrados os nossos maiores tesouros? Com certeza sim
“A gravidez da adoção se dá no coração, este órgão que fica localizado no peito e que está cheio de sentimentos, sensibilidade, afeição e amor por um ser que não foi gerado embaixo dele, mas DENTRO dele. Temos consciência da realidade desta gestação, adquirimos muita coragem para enfrentá-la e aprendemos a mensurar o seu valor durante o tempo de espera.” – Luciane Moreira Cruz
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Pré-natal da gravidez do coração: é muito importante ter um acompanhamento de um(a) psicólogo(a) durante este processo. Se for um casal, seria bom que os dois participassem. Eu e meu marido iniciamos este acompanhamento depois de alguns anos “grávidos” e foi muito bom. Nos trouxe um entendimento maior da nossa decisão e com certeza foi determinante para estarmos preparados quando o nosso filho chegou.
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Assim como nós esperamos anos pela chegada do filho, os familiares e amigos mais próximos também esperaram. Também ficaram ansiosos para visitar toda hora. A diferença é que como não passamos por um processo visível de parto, as pessoas não se dão conta que também estamos cansadas e, principalmente, que precisamos de tempo de qualidade com o filho para a criação do vínculo, contato mãe, pai e filho. Não tenha vergonha de estabelecer horários para as visitas, você precisa deste tempo com o seu filho para criar um vínculo de amor. Não importa a idade do filho, os primeiros dias e meses são essenciais para este processo.
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Eu gosto muito de usar roupas de bichinhos ou fantasias de super-heróis no meu filho. Também gosto de roupas com o nome dele. No aniversário de 1 aninho, fiz uma camiseta para ele com imagem do tema da festa na frente (Arca de Noé) e atrás o nome dele escrito (Noah, Noé em inglês) com o número 1, assim como numa camisa de futebol. Ficou linda!
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Chá de bebê: normalmente as mães que optam pela adoção fazem as festas após a chegada do filho. Isso porque nem sempre sabemos a data com antecedência, muitas vezes não temos certeza da idade, sexo, enfim. Eu fiz “Chá de Boas-Vindas“. Foi muito legal, não fizemos as brincadeiras com a barriga etc., mas como o filho já estava presente, a atração principal passou a ser ele, é claro!
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Gosto muito de misturar livros e instrumentos musicais junto com os brinquedos para estimular a leitura e a música como atividades prazerosas e naturais.
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Como meu marido toca violão, gostamos muito de tocar e cantar as músicas infantis que ele curte. Também curtimos os livrinhos, instrumentos, fazemos acampamento na sala, brincamos com o nosso mascote Johnny (um cachorro da raça Shih Tzu, de 5 anos). Ele também gosta de andar de skate com o papai. Gostamos também de andar de bicicleta juntos: Noah vai na cadeirinha atrás da bicicleta do papai e o Johnny vai no cesto da bicicleta da mamãe. Moramos na praia, então no verão a diversão é garantida.
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